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Especialistas do Ibama apontam irregularidades na caça ao javali

O número de cidades com abate de javali quase triplicou com o aumento de CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) durante o governo de Jair Bolsonaro, e especialistas do Ibama dizem haver indicativos de maus-tratos e de outras irregularidades.

Segundo especialistas, houve uma multiplicação de javalis durante a gestão bolsonarista e a explosão de CACs no país. Pessoas estariam usado como pretexto a caça de manejo (usada para controlar o número de animais) para praticar a caça esportiva, que é proibida no Brasil.

Raquel Sabaini, coordenadora-geral de gestão e monitoramento do uso da fauna e da biodiversidade aquática do Ibama, explica que a caça de manejo para controle do javali é liberada porque o animal é considerado um invasor e pode destruir plantações. No entanto, a fiscalização do Ibama já identificou que houve soltura intencional do javali para viabilizar a caça em municípios que não tinham a ocorrência do animal.

Sabaini diz que, antes, os animais estavam mais concentrados no Sul, mas agora aparecem em diversos outros lugares -como no Espírito Santo. Há casos em que foram encontrados em ilhas. “Infelizmente, houve o uso indevido da autorização e as pessoas desvirtuaram a finalidade fazendo a prática esportiva”, afirma.

Roberto Cabral Borges, analista ambiental do Ibama, afirma que a fiscalização já encontrou uma série de irregularidades relacionadas à caça no Brasil. Entre elas, o abate de outros animais proibidos, como o búfalo, maus-tratos ao javali, cachorros usados para auxiliar no abate, participação de pessoas que não têm autorização, além da prática de atirar de cima de veículos, o que também é proibido.

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