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Doença silenciosa, glaucoma atinge 1,5 milhão de brasileiros

O glaucoma é o problema de visão que mais causa cegueira irreversível no mundo. Estima-se que 80 milhões de pessoas tenham a doença. No Brasil, segundo dados atualizados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), que leva em conta as informações oficiais do Datasus do Ministério da Saúde, a estimativa é de que cerca de 1,5 milhão de pessoas sofram de glaucoma. O Maio Verde é o mês de prevenção e combate ao glaucoma.

“A campanha Maio Verde vem jogar luz num tema que, para a oftalmologia, é bastante importante: o glaucoma, que é uma doença silenciosa. Se o paciente não age ativamente procurando pela doença, ele não consegue o diagnóstico”, esclarece a médica oftalmologista, Renata Catem.

A identificação mais objetiva do glaucoma só ocorre quando o paciente está nos estágios mais avançados da doença. De acordo com Catem, nas fases finais a perda da visão já é praticamente irreversível.

“É importante dizer que o glaucoma é uma das doenças que mais causa cegueira no mundo. Chegando nesta fase (final), já não há muito que se oferecer. Por isso a importância da campanha Maio Verde e de se procurar atendimento médico de rotina mesmo na ausência de queixas”, destacou.

A oftalmologista chama a atenção para um importante fato: diferente de outras doenças, o glaucoma não apresenta muitos fatores de risco nem sintomas. “O único fator de risco conhecido é histórico familiar. Se o paciente tem um histórico familiar de glaucoma ele tem mais chance de ter a doença. A medicina ainda não consegue isolar estes outros fatores de risco. Sintomas infelizmente o glaucoma não tem, é uma doença silenciosa e, se você não procura, você não sabe que tem” pontuou.

O glaucoma é uma doença que através do aumento da pressão intraocular leva lesão a um órgão alvo, neste caso, o nervo óptico, e assim como a hipertensão arterial não tem cura, mas tem tratamento para controle. “Você não vai tratar o glaucoma e ficar livre dele, tem que controlar pelo resto da vida. Então é importante diagnosticar em fases iniciais para controlar essa pressão e não permitir a lesão ao nervo óptico que é o que levaria a baixa de visão”, afirmou.

Para tratar o glaucoma o paciente fará tratamentos com colírios e em alguns casos, intervenções cirúrgicas. Normalmente a indicação cirúrgica é reservada quando não se tem um bom controle clínico e os colírios falham. Hoje em dia existem alguns procedimentos cirúrgicos menos invasivos que são feitos através de laser, onde se consegue um bom controle e às vezes é possível até livrar o paciente do uso de colírios temporariamente.

“A importância de ir oftalmologista com rotina é como tudo na medicina: prevenir é mais fácil e barato do que remediar. Quando você consegue pegar doenças em estágios iniciais, o tratamento daquilo é mais resolutivo e barato do que a solução de um problema já estabelecido”, explica Renata.

Texto: Daniel Carlos

Foto: Divulgação

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