A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou na quarta-feira (15) uma resolução que torna mais rígida a prescrição do Zolpidem. Qualquer medicamento que tenha a substância como base, seja qual for a concentração, precisará ser prescrita e vendida com a receita do tipo B (azul) a partir de agosto.
O Zolpidem estava enquadrado anteriormente na lista B1, de psicotrópicos, que é restrita, e exige, além da receita azul, que o médico que o prescreve seja cadastrado na autoridade sanitária local. Porém, essa mesma resolução liberava a prescrição de medicamentos com até 10 miligramas da substância, que podiam ser vendidos com receita branca em duas vias e sem o cadastro prévio do profissional na autoridade sanitária local.
Análises realizadas pela Anvisa mostram um crescimento substancial do medicamento no Brasil e aumento nas ocorrências de efeitos adversos, como registrou a CNN Brasil. Não existem dados científicos, segundo a agência, que demonstrem que concentrações de até 10 miligramas possam ter um critério regulatório menos rígido.
O Zolpidem é um agente hipnótico indicado no tratamento de insônia, pela dificuldade de adormecer ou de manter o sono. Segundo a Anvisa, o tratamento deve ser de curta duração e não ultrapassar quatro semanas. A Associação Brasileira do Sono e a Associação Brasileira de Medicina do Sono concordaram com a decisão, conforme contou o jornal Folha de S.Paulo. De acordo com as entidades, existe uso abusivo da substância.
No mercado há 30 anos, o medicamento ganhou maior protagonismo na última década, como mostrou uma reportagem da BBC Brasil de setembro de 2023. Há relatos de pessoas internadas por psiquiatras que tomaram 300 comprimidos com Zolpidem em um único dia.
Dados da Associação Brasileira do Sono mostram que 73 milhões de brasileiros sofrem com insônia, segundo o site G1. A tecnologia e o estímulo visual contínuo, até na hora de dormir, é um dos fatores para o crescimento e a piora do problema. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a pandemia de covid-19 também contribuiu. Estima-se que a crise sanitária aumentou o transtorno em 25% no mundo todo.
Com informações de Jornal Extra